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10 Discos Para Gostar de Post-Rock

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10 Discos para gostar de Post-Rock

Dividido entre as climatizações do Jazz, os experimentos que marcaram o Krautrock na década de 1970 e os primórdios do Rock Alternativo, o Post-Rock tinha tudo para ser um gênero específico dos anos 1990. Felizmente a soma de artistas que o desenvolveram e seus receptores levaram o estilo muito além. Tratado erroneamente como uma extensão instrumental do rock tradicional, o gênero é a morada de alguns dos projetos mais interessantes da produção musical nas últimas duas décadas, esforço que faz de bandas como Sigur Rós, Mogwai e Explosions In The Sky grupos queridos de uma imensa parcela do público. Depois de passear pelo Dubstep, Ambient Music e Dream Pop, selecionamos agora 10 Discos para gostar de Post-Rock. Álbuns recomendados (e essenciais) para quem nunca se aventurou pelo gênero.

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Hex
Bark Psychosis
Hex (1994, Virgin)

Dividindo com Slint e os veteranos do Talk Talk o posto de precursora do Pós-Rock, a britânica Bark Psychosis talvez seja a grande responsável por garantir título aos imensos castelos instrumentais que tanto definem o estilo. Na ativa desde o fim da década de 1980, a banda londrina só estreou de fato em 1994, quando as sutis emanações instrumentais do álbum Hex foram finalmente abertas ao público. Em busca de rótulos e uma possível definição ao som proposto pela banda, o jornalista inglês Simon Reynolds classificou a música do disco com título de “Pós-Rock”, marca que viria a sustentar boa parte dos registros que esbarrassem em uma composição de natureza similar. Mais do que garantir nome ao som proposto, o grupo orquestrado por Graham Sutton é responsável por difundir boa parte das referências que transbordam ainda hoje pelo gênero. Cruzando elementos específicos do Rock Alternativo com ambientações típicas do Jazz, a banda faz com que cada uma das sete músicas do trabalho flutuem em uma atmosfera climática, dissolvendo tudo em um composto musical de beleza constantemente copiada.

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Explosions In The Sky

Explosions In the Sky
The Earth Is Not a Cold Dead Place (2003, Temporary Residence)

Formado ao final da década de 1990, o quarteto texano Explosions In The Sky não precisou de muito esforço para cair nas graças do público e da crítica norte-americana, tanto que ao lançar o segundo registro em estúdio, Those Who Tell the Truth Shall Die…. (2001), a banda já era aclamada como um dos nomes de destaque da nova safra do pós-rock. A plena compreensão em torno da obra do grupo só viria de fato dali dois anos, quando The Earth Is Not a Cold Dead Place conseguiu amarrar todos os engenhos do grupo em um exercício de plena aproximação entre as músicas. Construído ao longo de cinco imensas faixas, o álbum traz desde a morosidade climática do gênero, até instante de esforço épico, exercício que a banda reproduz com verdadeiras avalanches de guitarras e solos magistralmente bem delineados. Inspiração para boa parte dos grupos que surgiram no mesmo período, o álbum se mantém em plena ascensão até os últimos segundos, resultado que se manifesta com acerto na íntima relação entre cada uma das músicas derramadas pelo trabalho.

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GY!BE

Godspeed You! Black Emperor
Lift Your Skinny Fists Like Antennas to Heaven (2000, Kranky)

Com o lançamento do registro de estreia, F♯A♯∞, em meados de 1997, o coletivo canadense Godspeed You! Black Emperor parecia ter encontrado um ambiente particular dentro das experimentações que lentamente guiavam o pós-rock. Adeptos de composições sempre extensas, a banda de Montreal, Canadá alcançou com o segundo registro da carreira um completo entendimento da própria obra. Desenvolvido ao longo de quatro faixas (a menor delas ultrapassa os 18 minutos), o trabalho borbulha em uma composição instável e que rompe intencionalmente com o caráter climático do gênero, aproximando o ouvinte de um som que parece se modificar a cada segundo. Recheado por vozes, ruídos, passeios orquestrais pela Avant-Garde e pequenas interrupções sonoras, o álbum deixa fluir de maneira natural o esforço específico de cada instrumentista que circula pelo trabalho. O resultado está na materialização de um som amplo, mutável e que parece diferente a cada audição do registro.

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IsIs

Isis
Oceanic (2002, Ipecac)

Raiva e calmaria se encontram no ambiente instável que decide os rumos de Oceanic. Segundo registro em estúdio da banda norte-americana Isis, o trabalho é uma perversão natural das bases e referências que há décadas alimentam o Heavy Metal e o Rock Progressivo, experiência que o grupo de Boston, Massachusetts distorce em meio a imensos passeios instrumentais de natureza sombria pelo registro. Mais do que um amplo catálogo sonoro para a banda (e para o ouvinte), o disco cresce conceitualmente em uma história de amor, incesto, desespero e suicídio, complemento lírico que o grupo proclama de forma particular em meio aos ondulados climáticos da obra. Banhado por vozes berradas e sons que se expandem de forma ilimitada, o disco sustenta um claro efeito de hermetismo, como se tudo o que circula pela obra fosse limitado ao espaço do disco. Praticamente uma continuação madura daquilo que a banda havia proposto em Celestial (2000), o registro serviria de base para toda uma sequência de obras fundamentais para toda a produção do período.

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Macaco Bong

Macaco Bong
Artista Igual Pedreiro (2008, Independente)

Ponto de aprimoramento de uma sequência de músicas acumuladas desde o começo dos anos 2000, Artista Igual Pedreiro reflete boa parte da produção instrumental brasileira no início do novo século. Herdando elementos claros do trabalho de bandas como Mogwai e Tortoise, mas sem se desprender da essência regional, o álbum de estreia da banda cuiabana Macaco Bong traz no experimento o impulso para uma obra que cresce de maneira assombrosa durante mais de uma hora de duração. Rápido, cru e ainda assim essencialmente detalhista, o álbum funciona como uma espécie de catálogo involuntário, trazendo desde músicas apresentadas no começo da carreira do grupo, até canções marcadas pela novidade. Fundamental, o registro se divide de forma pouco convencional entre as guitarras de Bruno Kayapy, a bateria de Ynaiã Benthroldo e as densas linhas de baixo de Ney Hugo, que vão do pleno compartilhamento de ideias a instantes em que parecem duelar pelas canções.

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Mogwai

Mogwai
Young Team (1997, Chemikal Underground)

Quando Young Team, registro de estreia do Mogwai foi lançado em outubro de 1997, o coletivo escocês era apenas mais no imenso catálogo de artistas se aventuravam nos experimentis do récem descoberto Pós-Rock. Todavia, diferente de tantos outros grupos do período, a originalidade sonora e as imensas texturas incorporadas pela banda de Glasgow trouxeram distinção, fazendo com que a banda fosse capaz de falar com o público sem necessariamente proferir nenhuma palavra. De forma impecável, durante mais de uma hora o grupo se envolve com uma inexata trama musical, mobilizando os esforços em cima de uma sonoridade de efeito anestésico, mas que rompe qualquer tipo de limite em prol de um som tomado de sentimento e beleza. A produção fracionada entre Paul Savage e Andy Miller serviria para extrair o máximo das composições da banda, grupo que praticamente cerca os ouvintes com faixas gigantescas, como Mogwai Fear Satan e seus mais de 16 minutos duração, ou singelas composições aos moldes de With Portfolio. Seria apenas o começo de uma das mais bem sucedidas carreiras do gênero.

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Sigur Rós

Sigur Rós
Ágætis Byrjun (2000, FatCat)

A julgar pelas experiências manifestas em Von, seria difícil imaginar um salto criativo tão grande na carreira do ainda desconhecido Sigur Rós. Entretanto, tão logo tem início a introdução que marca a chegada de Ágætis byrjun, todos o crescimento do grupo islandês tem início e se faz visível. De funções orquestrais e efeitos instrumentais marcados pelo grandiosismo dos atos, o segundo registro em estúdio traz na presença de pianos, sintetizadores e arranjos de corda todo um sustento grandioso para o disco e consequentemente para a própria banda. Com mais de 70 minutos de duração, o álbum parece solucionar tudo aquilo que a banda havia tentado dois anos antes, abrindo as portas de um cenário finalmente desvendado em completude. Morada de obras como Svefn-G-Englar, Avalon e Olsen Olsen, o álbum praticamente perverte a essência do pós-rock em aproximação com elementos típicos da música barroca, de vanguarda ou mesmo experimentos calcados no shoegaze que parecem próximos do grupo. Lançado em um período de obras fundamentais e tão grandiosas quanto, Ágætis byrjun se apresentava como um princípio de todas as transformações sonoras que viriam a ocupar o novo século.

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Slint

Slint
Spiderland (1991, Toutch and Go)

Se existe um trabalho que pode levar o título de precursor e responsável por definir as bases para o que seria compreendido como Pós-Rock, então Spiderland, segundo álbum do Slint assume com louvor esse posto. Dois anos depois do grupo de Louisville, Kentucky ter traçado as bases instrumentais no também essencial Tweez, com o segundo registro em estúdio a banda comandada por Brian McMahan se desprende das possíveis amarras, mobilizando um disco vasto, traçando desde referências voltadas aos primórdios ao punk até doses monumentais de ambientações focadas no rock alternativo. Seja em meio a cantos, berros ou versos declamados, McMahan e os parceiros de banda atravessariam livremente as atmosféricas composições do disco, faixas sempre tomadas por guitarras que vão do introspectivo a imensos paredões sonoros. Embora não interfira de fato na construção do disco, o produtor Brian Paulson parece ser o responsável por cercar as canções dentro de um espaço próprio, amarrando cada uma das seis faixas do álbum de forma a soarem próximas e naturalmente intocáveis.

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Talk Talk

Talk Talk
Laughing Stock (1991, Polydor)

Poucos artistas representam com tamanha beleza e entendimento o significado da palavra “evolução” quanto os ingleses do Talk Talk. Se em começo de carreira a banda londrina se manifestava como um exemplar criativo na soma de artistas da New Wave, a partir do melancólico The Colour Of Spring (1986) uma série de transformações se apoderaram do trabalho do grupo britânico. Cada vez mais próximo do Art Rock e de experimentações que se voltavam abertamente ao Jazz, o coletivo trouxe em Laughing Stock uma premissa do que viria a guiar boa parte da cena alternativa na década de 1990. Continuação sublime das mesmas tramas atmosféricas expostas em Spirit Of Eden (1988), o trabalho traz no esforço ambiental o sustento para cada uma das faixas tratadas pelo disco, composições que ultrapassam os nove minutos com pura leveza e colagens musicais desprendidas do óbvio. Assumidamente inspirado no trabalho de Miles Davis, o registro ultrapassa os limites jazzísticos para brincar com a música clássica, ruídos e transições ambientais pelo Krautrock, percurso torto que acabou atraindo parte total da crítica, mas o completo desprezo do público.

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TNT
Tortoise
TNT (1998, Thrill Jockey)

Poucos são os trabalhos capazes de armazenar um leque tão vasto de referências musicais quanto TNT, terceiro álbum de estúdio do grupo norte-americano Tortoise. Ao longo de 70 minutos, a banda original de Chicago, Illinois passeia por experimentos voltados ao rock, dub, minimalismo, eletrônica, krautrock e música ambiente, amarrando todo o vasto arsenal de ritmos e texturas em uma condução de natureza incerta, mas ainda assim acessível, capaz de comover o ouvinte. De composição densa, cada uma das 11 canções que se materializam pelo disco abrem a possibilidade de o ouvinte navegar por um vasto oceano de possibilidades rítmicas, esforço que muda os rumos das a cada segundo. Diferente dos dois trabalhos que o precedem – Tortoise (1994) e Millions Now Living Will Never Die (1996) -, TNT mergulha o grupo de Chicago em uma fluência de composição jazzística, absorvendo elementos específicos da trajetória de bandas como Slint e Bark Psychosis, porém, em uma transmutação continua dos sons. Um disco em que a incerteza e o completo desprendimento se transforma na única garantia para a banda.

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